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15 de Julho de 2021

Vacinas armazenadas em geladeira comum: entenda por que isso é errado

A vacinação é assunto em alta entre toda população e, a partir dessa pauta, a conservação dos imunizantes também é um tema que começa a se disseminar.

Como algumas das novas vacinas exigem condições de armazenamento diferentes do padrão da Cadeia de Frio Brasileira, a exemplo da Pfizer/Comirnaty, foram necessárias algumas adaptações para a conservação nas fases de ultracongelamento e congelamento. Para aplicação na sala de vacinação, estas vacinas são descongeladas e trazidas à temperatura entre 2°C e 8°C, condição em que podem permanecer por até 30 dias. Ocorre que muitas notícias sobre a conservação destas e de outras vacinas informam que elas “podem ser conservadas em geladeira comum”, para se referir à faixa de temperatura – o que é um erro técnico. Os termos “geladeira comum” ou “geladeira doméstica” nunca devem ser associados à conservação de vacinas, visto que esta prática é proibida pela RDC 197/2017. O armazenamento correto de vacinas deve ser feito em câmaras científicas, regularizadas pelo Ministério da Saúde/ANVISA.

 

 

Por que é errado?

 

A geladeira doméstica representa um risco constante quando armazena vacinas. Sua instabilidade e possíveis desvios de temperatura fazem com que as doses percam a eficácia. Geladeiras comuns não possuem backup de energia, o que provoca a elevação da temperatura em seu interior quando há quedas na rede comercial. Os refrigeradores domésticos possuem ainda outras carências tecnológicas, como a ausência de homogeneidade, monitoramento e controle de temperatura. Como rege a legislação a respeito do transporte e armazenamento de vacinas, os equipamentos para este fim devem, obrigatoriamente, possuir sistema de monitoramento e registro de temperatura, para garantir que não houve nenhuma falha na Cadeia de Frio. Por isso, a RDC 197/2017 proíbe o uso de geladeiras domésticas para armazenar vacinas. Todo serviço de vacinação precisa utilizar câmaras científicas regularizadas pelo Ministério da Saúde/ANVISA.

 

 

Armazenamento correto em câmaras científicas para vacinas

 

Câmaras científicas para vacinas são equipamentos dotados de tecnologias que asseguram a conservação sob todos os aspectos. Uma parte da tecnologia garante a faixa de temperatura entre 2°C e 8°C, enquanto outra visa a alertar e contornar qualquer intercorrência, além de manter a câmara refrigerando em caso de falta de energia. As chamadas câmaras científicas inteligentes possuem alta conectividade, emitem alertas via celular, efetuam ligações telefônicas automaticamente em casos de risco e podem ser acessadas remotamente para conferência de status e relatórios de performance. Com essa conectividade, os equipamentos científicos podem receber suporte por acesso remoto, diretamente do fabricante, o que mantém válido o registro de cada câmara perante o Ministério da Saúde/ANVISA – a chamada “rastreabilidade”.

 

 

Cadeia de Frio e Rede de Frio

 

Roberto Olivares, Diretor Comercial da Biotecno, empresa que fabricou a câmara científica que armazenou a primeira dose de vacina contra Covid-19 aplicada no Brasil, ressalta que o Brasil, através do PNI, tem o melhor programa de vacinação do mundo, com regras e normas estabelecidas. A Cadeia de Frio é um processo que deve ser mantido da fabricação até a aplicação. O laboratório, as centrais de armazenamento, as salas de vacinas e todos os outros participantes dessa rede devem realizar o armazenamento e transporte corretamente, de forma que as vacinas nunca sejam expostas a temperaturas fora da faixa estabelecida. Em síntese, a cadeia de frio é o processo logístico, dentro da Rede de Frio, para conservação dos imunobiológicos, desde o laboratório produtor até o usuário final.

 

A Rede de Frio é um sistema amplo, que inclui estrutura técnico-administrativa orientada pelo PNI, por meio de normatização, planejamento, avaliação e financiamento que visa à manutenção adequada da cadeia de frio. “As vacinas expostas a variações de temperatura podem ser inativadas, sendo que algumas mudam seu aspecto e alteram suas características físico-químicas. Por essa razão é muito importante que os profissionais de saúde que trabalham com imunizações conheçam as características das vacinas que administram, estejam familiarizados com as normas de conservação e com as câmaras científicas necessárias para isso”, explica Roberto Olivares.

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